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RESSURREIÇÃO - AUTOR: MACHADO DE ASSIS - RESENHA

 


Título: Ressurreição | Autor: Machado de Assis | Editora: Martin Claret
País: Brasil | Ano: 1872/2005 | Páginas: 158
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SINOPSE
No Rio de Janeiro do século XIX, o Doutor Félix troca de amantes a cada seis meses e rompe com a última delas, Cecília. Viana, seu amigo, apresenta-lhe a irmã Lívia, uma bela mulher, viúva há dois anos, mãe de um menino de cinco anos. Começam a se relacionar como amigos, mas ao fim de alguns encontros e de algumas valsas os dois se apaixonam. De início vivem um amor discreto, oculto da sociedade. Porém, vários conflitos passam a ocorrer devido ao ciúme e desconfiança do protagonista. Depois de muitas idas e vindas, Felix acaba pedindo a viúva em casamento, mas volta atrás na véspera do matrimônio por causa de uma carta anônima com acusações falsas contra Lívia. Graças à intervenção do amigo Meneses, Félix se arrepende de seu gesto impensado e tenta se reconciliar, mas agora é Lívia quem não quer mais se casar com o médico desconfiado e instável. 



Ressurreição é o primeiro romance de Machado de Assis, publicado em 1872. Inaugura sua primeira fase ainda sobre os moldes românticos, procurando demonstrar os conflitos da alma humana. É narrado em terceira pessoa. O narrador se faz presente em alguns momentos se dirigindo diretamente ao leitor. Ainda no prólogo, o autor deixa claro que não quis fazer um romance de costumes. A história se passa no século XIX e é ambientada no Rio de Janeiro. 


O personagem principal é Félix, descrito como um rapaz "vadio e desambicioso", com 36 anos, médico, que vivia numa chácara nas Laranjeiras, bairro do Rio de Janeiro, e suas rendas provinha de uma herança que recebeu. Geralmente se dedicava a uma espécie de "repouso ativo" composto de toda espécie de ocupações elegantes e intelectuais. "Trata-se de um homem complexo, incoerente e caprichoso, em quem se reuniam opostos elementos, qualidades exclusivas e defeitos inconciliáveis." (pág.18) Diferente de seus amigos de mesma idade que já havia constituído família ou que já seriam homens de Estado, ele mantinha casos furtivos que não durava mais que seis meses, a exemplo do romance com Cecília, sem nenhum motivo específico decidia por terminar.  

Em um determinado dia, recebe a visita do amigo Viana que traz uma carta convidando-o para o sarau na casa do coronel, avisando que lá estaria presente Lívia, a irmã dele, viúva há dois anos, tem um filho de 5 anos Luis, e estaria de volta depois de uma viagem à Minas Gerais. Félix se recorda que ele e Lívia já se conheciam e teriam se visto pelo menos duas vezes até esse momento. Fica claro o grande interesse de Viana para que eles se encontrassem. E ao chegar no sarau, enquanto conversava com Raquel (filha do coronel), também lhe rendia homenagem. Assim como os demais ali presente, ela seria a "Rainha da noite". Até o coronel fazendo-a convida-lo para uma "quadrilha". (Fico eu agora a me perguntar se todos queriam que Félix notasse Lívia ou o escritor mesmo que queria nos conduzir a isso? Aaah Machado!). 


Lívia é descrita como aparentando ter vinte e quatro anos, extremamente formosa, "nenhum gesto seu revelava o amor-próprio geralmente inseparável das mulheres bonitas. Sabia que era formosa, mas tinha para si que, se a natureza se havia esmerado com ela, era por uma razão de harmonia e de ordem nas coisas terrestres" (pág.34).

Após o encontro no sarau, Félix e Lívia passam a se encontrar mais vezes até o momento que ambos declaram seu amor e se comprometem. À princípio, Félix reluta aceita esse sentimento, mas aceita. Com o passar do tempo o sentimento aumenta assim como o ciúme e a desconfiança. Tudo passa a ser motivo para questionamento onde ela vai, com quem conversa, o que faz, tornando difícil a relação. 

Em determinado momento se forma um triângulo amoroso entre Félix, Lívia e seu amigo Meneses. Quando Meneses e Lívia passam a estar mais próximos sem que ocorra nada entre eles. Questionado, Meneses confessa ao amigo o que sente por Lívia. E quando ele se declara finalmente, ela procura dissuadi-lo. Afirma Lívia, "o amor(...)não nasce de uma circunstância fortuita, nem de uma longa intimidade, é uma harmonia entre duas naturezas, que se reconhecem e completam. Por mais semelhante que seja o nosso espírito, sinto que Deus não nos fez para que o amor unisse."(pág.80) 

O título do livro "Ressurreição" diz respeito ao momento em que o personagem principal renasce através do amor de Lívia. Ela consegue fazer com que seus sentimentos renasçam depois de um longo período de descrença em relação ao amor, no exato momento que ele decide mudar suas atitudes e questionamentos. "É certo que me ressuscitaste, (...) e se o futuro me guarda ainda alguns dias de felicidade sem mescla, a ti só os deverei, minha boa Lívia" (pág.73) Ele propõe para ela casamento e eles decidem seguir suas vidas juntos. Mas novos obstáculos voltam a se colocar entre os dois, principalmente depois que recebe uma determinada carta.



A leitura à princípio não é tão fácil. Há palavras estranhas aos dias de hoje. A narrativa dos fatos em alguns momentos parece um pouco confusa, misturando os acontecimentos, se fazendo necessário ler o parágrafo em alguns momentos mais de uma vez. Aos poucos vamos nos acostumando ao seu estilo. O autor procura sempre fazer uma análise psicológica dos personagens, das suas atitudes, comparando-os, evidenciando seus defeitos e qualidades. Sinceramente, o desfecho de alguma forma me decepcionou, não necessariamente por não ser um final feliz, mas por não condizer com a sequência dos eventos. Me pergunto, se houve a "ressurreição" e depois de tudo ficou claro quem teria escrito a carta desfazendo o mal entendido, porque a escolha pela separação? Não faz sentido. Necessito urgente conversar com alguém que leu o livro para desabafar. De qualquer forma, é uma leitura que vale a pena para conhecermos o trabalho do autor e seu estilo. Continuarei dando sequência ao Projeto. Em breve, teremos resenha do próximo livro aqui no blog.

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= SOBRE O AUTOR =



Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro em 21 de Junho de 1839. Considerado um dos maiores escritores brasileiros, foi  poeta, romancista, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista e crítico literário. É o fundador da cadeira nº. 23 da Academia Brasileira de Letras. Os romances que escreveu foram: Ressurreição (1872),  A mão e a luva, (1874), Helena, (1876), Iaiá Garcia, (1878), Memórias Póstumas de Brás Cubas, (1881), Casa Velha, (1885), Quincas Borba, (1891), Dom Casmurro, (1899), Esaú e Jacó, (1904) e Memorial de Aires, (1908).






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