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MEDO CLÁSSICO | EDGAR ALLAN POE | DARKSIDE BOOKS | RESENHA


 Título: Medo Clássico | Autor: Edgar Allan Poe
Editora: Darkside Books | Páginas: 367 | Ano: 2017
Nota: ★★★★★

Olá !!! Vejam só a leitura que compartilho com vocês dessa vez. Nada menos que a nova e definitiva versão dos contos de Edgar Allan Poe, Medo Clássico, publicado pela Editora Darkside Books, em capa dura, com uma ótima produção e lindas ilustrações. Os contos estão divididos em blocos temáticos o que ajuda a termos uma melhor visão da obra do Autor. Esse é o volume 1, e breve teremos também a continuação. Para os fãs do autor, um livro indispensável na sua coleção. 


SINOPSE
O mestre maior do terror ganha sua edição definitiva. Nunca mais houve um autor como Edgar Allan Poe. Nunca mais haverá uma edição como esta. “Edgar Allan Poe: Medo Clássico” é uma homenagem ao mestre da literatura fantástica em todos os detalhes: da capa dura à tradução primorosa, além das belíssimas xilogravuras do artista gráfico Ramon Rodrigues. Pela primeira vez, os contos de Poe estão divididos por temas que ajudam a visualizar a grandeza de sua obra: a morte, narradores homicidas, mulheres etéreas, aventuras, além das histórias completas do detetive Auguste Dupin, personagem que inspirou Sherlock Holmes.“Edgar Allan Poe: Medo Clássico” apresenta ainda o poema “O Corvo” na sua versão original em inglês e nas traduções para o português de Machado Assis e de Fernando Pessoa, além do clássico ensaio sobre o poema, “A filosofia da composição”. O livro traz ainda o prefácio do poeta francês Charles Baudelaire, admirador do autor e seu primeiro tradutor na França.Este é um dos primeiros títulos da coleção Medo Clássico da DarkSide® Books – que inclui outros autores eternos como Mary Shelley, Bram Stoker e H.P. Lovecraft –, sempre com texto integral, extras, notas e ilustrações exclusivas de renomados artistas brasileiros, em um projeto feito de fã para fã por quem ama e reverencia os grandes mestres da escuridão.“O melhor de Poe nunca envelhece. Seus contos ainda nos deixam maravilhados. E suspeito que eles serão eternos.” – Neil Gaiman


Sinceramente, não sei desde que idade eu já conheço as obras de Poe. Lembro que desde sempre ouvi o nome dele nas versões para o cinema. Anos depois também comecei a ler seus contos. Ano passado eu participei de um grupo literário para leitura e resenha desses contos, já tenho alguns posts aqui no blog. E agora, achei interessante também adquirir essa obra lançada pela Darside que com certeza está incrível. 



Os contos de Poe sempre tem aquela atmosfera de terror com um final sempre surpreendente e inusitado. Mescla situações aparentemente normais e vão até o mais fundo e escuro dos sentimentos humanos. Lembro que alguns dos primeiros contos que tive contado foi "O Corvo", acho que o mais conhecido, e "O gato preto" (que final foi aquele?).



LISTA DE CONTOS
= resumos =

O poço e o pêndulo
Preso pela Inquisição, o personagem desta história não sabia qual seria o seu fim. Tem um poço fundo abaixo e acima, há um pêndulo com a ponta a afiada como lâmina. Demônios horrendos decoram as paredes de metal. As únicas companhias são ratos com olhos grandes e redondos e o eco da sua voz aterrorizada. Isso tudo o enlouquece. Publicado originalmente as vésperas do Natal, em dezembro de 1942. O conto causou polêmica ao abordar com ironia e crueldade, a intolerância e o preconceito religioso que marcava a sociedade naquela época.

A queda da casa de Usher
O conto é narrado pelo amigo de Roderick Usher que vai visitá-lo e fica impressionado com a atmosfera do lugar. O dia está cinzento e Usher encontra-se melancólico, perturbado e com aspecto cadavérico, o que faz ele ficar preocupado. O que mais repercutia era o fato da irmã de Usher estar com uma doença longa e severa. A morte da mulher, logo após a chegada do narrador, deixa Usher ainda mais melancólico. Eles a enterraram em uma cripta abaixo da mansão, mas ele acredita que ela estaria na verdade apenas adormecida, e os barulhos estranhos que vem com uma grande tempestade faz com que seus argumentos pareçam verdadeiros. É impressionante o modo como ficamos agoniados, conforme vão sendo relatados o ambiente, a condição dos personagens e o desenrolar da história. 

O baile da Morte Vermelha
A morte rubra é uma doença que devastou o país ocasionando a morte de metade da população; e para evitar maiores preocupações, o príncipe, resolveu convidar mil amigos para a sua fortaleza a fim de se protegerem de tal doença, criando um "novo mundo" no qual só estariam presentes pessoas saudáveis, divertidas, da alta sociedade e com títulos de nobreza. Passaram-se cerca de seis meses e o príncipe ofereceu um baile de máscaras aos convidados que ali estavam, com o intuito de comemorar a vitória de estarem saudáveis protegidos e invulneráveis. O palácio havia sete salões, onde no meio de cada parede havia uma enorme e estreita janela gótica abria-se e seus vitrais variavam de acordo com o tom dominante do aposento. Cada salão havia uma cor predominante, mas somente no sétimo salão, que estava totalmente revestido na cor preta, a cor das janelas não correspondia à decoração. Nesse salão havia um pêndulo que oscilava e a cada hora emitia um som que ocasionava desconforto e tremor. Ao soar da meia noite os amigos do príncipe temeram a presença de um vulto mascarado que até então não havia chamado a atenção de ninguém. O mascarado estava fantasiado do tipo "morte rubra" e ali penetrou como um ladrão noturno e um a um, foram todos os foliões, nos salões da orgia, orvalhados de sangue, morrendo na mesma posição. Verifica-se que o conto retrata uma situação que acontece até nos dias atuais, o egoísmo, a individualidade. O príncipe, como detentor do poder e responsável por zelar pelo bem comum, por oferecer segurança, saúde, bem-estar social, não pensou na coletividade ao tomar a iniciativa de criar uma fortaleza. Pelo contrário, este, visando não se conturbar com o que estivesse acontecendo “lá fora”, criou tal fortaleza pensando unicamente no seu bem-estar e no das pessoas “importantes”. Entretanto, o texto mostra que a morte, a doença, a enfermidade irá alcançar a todos. Não existe invulnerabilidade para as pessoas de classe social superior; as pessoas se fecham em seu “mundo” e esquecem o próximo. Somos todos iguais, sem distinção de qualquer natureza, e, não somente as atitudes dos detentores do poder, mas as nossas também, devem ser pautadas na promoção do bem-estar da coletividade, da sociedade, da maioria.

O gato preto
Conta a história de um homem que adorava animais, depois de se casar, ele continua criando e o seu preferido era um gato preto que acompanhava ele a todos os lugares. Ele tem o péssimo hábito de beber, começa a desprezar e maltratar o gato. Um dia durante um ataque de fúria ele fura um dos olhos do bichano, não satisfeito com a maldade ele enforca o gato, mas como conseqüência ocorre um incêndio em sua casa e só uma parede fica semi-erguida com uma terrível figura de um gato enforcado desenhada pelas labaredas que consumiram a casa. Arrependido, cheio de remorso com seu ato e também angustiado com o recado sombrio que o gato havia lhe deixado o homem passa a procurar outro gato com as características do anterior. Numa noite de boêmia acaba encontrando um que era muito parecido, pois era negro e também era cego de um olho e possuía uma características singular; trazia no peito desenhado em branco a figura de uma forca em meio ao seu pelo negro. O homem passa a odiar esse gato também, mas sua esposa passa a ter uma predileção especial pelo animal.Um dia ao visitar a adega que ficava no sótão da casa o gato quase derruba o homem escada abaixo e esse num ato de fúria se apossou do machado e só não matou o gato porque sua esposa o impediu de desferir o golpe, sem pensar muito e cheio de ódio o homem lança o machado na cabeça de sua esposa que cai morta sem gritar. O homem resolve esconder o corpo atrás de uma parede na adega e sai à procura do gato que por quatro dias não aparece para seu alívio. Mas sobre as suspeitas da policia o homem recebe a visita de investigadores que pedem para ver a casa, o homem acompanha-os por todos os cômodos e ao chegar na adega com a expressão de tranqüilidade mostra o cômodo aos policiais que nada encontram e já estavam de saída quando o homem resolve falar da construção maciça de casa quando um tijolo da parede onde se encontrava a sua mulher estava cai e ouve-se um grito incomum e inumano, os policias logo se apressam em derrubar a parede e descobrem o corpo da mulher já em estado avançado de decomposição e sobre sua cabeça a figura de um gato preto com a boca entreaberta e um olho faiscando de raiva.

O barril de amontillado
O barril de Amontillado é um texto sobre um homem que busca vingança por causa que seu amigo Fortunado havia lhe insultado. E então em uma tarde de carnaval encontra Fortunado e como sabe que ele adora vinhos convida ele para ir até a sua adega com a proposta de lhe mostra o vinho Amontillado que havia recebido naquele mesmo dia. A adega era muito grande demoraram muito tempo para chegar até o tal vinho Amontillado e enquanto não chegavam ao vinho iam conversando. Até que depois de muito tempo chegaram ao lugar certo e havia um local com grande profundidade em que Fortunado desceu, pois seu amigo falou que o vinho estava lá e sendo assim enquanto Fortunado procurava o vinho seu amigo começava a fazer uma parede para prender seu amigo lá.


O coração delator
A história tem início com um homem narrando os fatos sobre um lugar onde ele trabalhava para um velho que tinha um olho azul envolvido por uma membrana. O velho nunca tinha feito mal ao homem, mesmo assim ele ficava cada vez mais incomodado com ele. Uma certa noite, enquanto o velho dormia, ele vai ao seu quarto com uma lanterna e faz barulho sem querer, acordando-o. A tensão no quarto escuro aumenta ainda mais e o homem consegue ouvir as batidas de seu coração. Isso o perturba e ele abre a lanterna, conseguindo ver apenas o olho branco do velho. Furioso, ele se lança sobre a cama e o derruba no chão, matando-o. Depois, quando o coração para de bater, ele esquarteja o cadáver e o esconde embaixo do chão. No dia seguinte, os policiais vão até sua casa para investigar o sumiço do velho. O homem está tranquilo, até que começa a ouvir novamente as batidas do coração do velho, e isso o aflige. Os policiais não ouvem o coração bater, e sua aflição só aumenta, até que ele revela o crime que cometeu. O conto é narrado em primeira pessoa, e é interessante observar como a loucura e aflição do narrador cresce ao longo do conto, enquanto ele conversa com o leitor.

Os assassinatos da Rua Morgue
A história começa, quando Dupin e seu amigo leem no jornal a noticia de que havia ocorrido um crime ainda sem solução, na Rua Morgue, crime ao qual era bastante macabro e acabou vitimando duas mulheres. Dupin fica bastante curioso com os assassinatos e resolve juntar pistas e desvendar o tal mistério. Os métodos usados por Dupin assemelham-se muito com os de Sherlock Holmes, dando a entender que seu amigo, o personagem que narra, pode muito bem passar-se por Watson, já que o mesmo é o seu companheiro nessa trajetória e o admira de maneira bastante peculiar, assim, nosso personagem consegue desvendar o tal crime e deixar o leitor surpreso com quem realmente é o tal assassino. 

O mistério de Marie Rogêt
O conto é baseado na história verídica do assassinato da jovem Mary Cecilia Rogers, ocorrida em Nova Iorque. Na ficção, Marie Rogêt é encontrada morta boiando no rio Sena, em Paris, após ficar alguns dias desaparecida. No dia do ocorrido, a jovem saiu de casa cedo dizendo que ia visitar uma tia e que só iria voltar à noite. Ao encontrarem seu corpo a principal suspeita recai sobre seu noivo, porém ele também é encontrado morto dias depois. Para ajudar a solucionar o caso, o delegado da cidade convida o detetive Dupin a fazer suas investigações. Utilizando as matérias que saíram em diferentes jornais de Paris, Dupin traça um panorama diferente. O autor escreve de forma refinada, porém clara e de fácil entendimento. É uma narrativa atraente, apesar de rápida. 

A carta roubada
Anos de 1800, Auguste Dupin mora em Paris com um amigo (narrador). Certo dia entra em sua residência o delegado da polícia parisiense, Monsenhor G., em busca de conselhos para solucionar o roubo de uma carta. Conta que a carta fora roubada pelo Ministro D., de dentro dos aposentos reais e descreve o aspecto da carta. O delegado já fizera todas as buscas e diz a Dupin que pagaria 50 mil francos a quem o ajudasse a solucionar o caso. Dupin, surpreendendo a todos. Uma vez que conhecia o Ministro, enquanto conversavam, observou um porta-cartas pendurado no meio da lareira, com um documento que reconhecera ser a carta procurada. Reconhecera pelo selo, pois seu aspecto havia sido disfarçado. Arma um plano de aproveitar alguns descuidos para trocar a carta e conseguir a original.

Berenice
Conto publicado originalmente na Southern Literary Messenger em 1835. Egeu está prestes a se casar com sua prima Berenice, que possui tendências a cair em períodos de intenso foco e a separar-se da realidade. Berenice começa a padecer de uma doença desconhecida até que a única parte do seu corpo a permanecer saudável, que são os seus dentes, os quais Egeu desenvolve uma obsessão. O conto é narrado por Egeu, que de início nos relata como era sua personalidade e de como viveu boa parte de sua vida no solar da família. Ele fala da prima e de quão diferentes eles eram. Passava o tempo confinado na biblioteca enquanto a garota vivia ao ar livre, contemplando o campo. Egeu é um homem de frágil constituição, ao contrário de sua prima Berenice, desde cedo dotada de extrema saúde e beleza. 

Ligeia
O conto foi publicado no ano de 1838. Ligeia é uma mulher frágil, de longas tranças negras e olhos grandes cor de ébano, de uma beleza singular. Dotada de uma vasta cultura e de uma indomável vontade de viver. Mas a morte a tira do homem que a amava. A história é contada sob o ponto de vista do seu esposo. Ele narra em detalhes sobre a beleza extrema de sua amada, mas não recorda em que momento se apaixonou por ela. Depois de um tempo juntos, Lgeia adoece e morre. Antes, pede que seu marido leia um poema que narra sua tragédia de vida, escrito por ela. Após a morte, ele está devastado e parte para a Inglaterra, e lá ele casa com uma outra mulher, Lady Rowena. Ela também demonstra ter uma saúde frágil e chega quase a morrer, embora se recupere.  Ele se entrega aos vícios do ópio e nada mais parece fazer sentido em sua vida. Há certo misticismo na figura de Ligeia, enquanto Lady Rowena carrega traços de racionalidade. O narrador vê a morte de sua segunda esposa e encontra nela um possível 'retorno' da figura de sua primeira amada. As descrições são minuciosas e deixam o leitor preso às amarras de sua narrativa.

Eleonora
Publicada pela primeira vez em 1842, conta a história de dois primos. O local é descrito, onde vive com a jovem e a mãe dela, sua tia. Passam-se 15 anos vivendo ali, até que a paixão aflora de ambos os lados. Porém, o destino se revela cruel quando percebe-se que Eleonora está doente e seus dias de formosura na Terra estão prestes a ser reduzidos. Ela não teme a hora final, e o rapaz promete não ficar com mais ninguém. Algum tempo depois, o narrador resolve ir embora do Vale onde passou a infância, e chega numa estranha cidade. Lá, conhece Ermengarda e a promessa que tinha feito a sua prima está prestes a ser quebrada. Eleonora é um conto que pode ser considerado autobiográfico.

Manuscrito encontrado numa garrafa
Um narrador anônimo conta a sua terrível experiência a bordo de um navio apanhado por uma tempestade. Apenas o narrador e outro homem sobrevivem e ficam à deriva até os mares do sul. Mais tarde, o navio entra em um redemoinho e choca com uma embarcação onde a tripulação parece viver noutra dimensão do tempo. O mar nunca pareceu tão sombrio e enigmático. O mar é cheio de mistérios, sobrenatural e superior ao homem que o submete a seus caprichos e as suas vontades. O vento que sopra sobre ele dá-lhe um aspecto selvagem, como se fosse a própria morte que deseja tragar os “intrusos” que se aventuram pelas grandes águas marinhas. O mar surge como um personagem, um antagonista que vai se opor ao angustiado protagonista que luta pela vida.

O escaravelho de ouro
O narrador costuma visitar o amigo William Legrand em uma ilha. Esse amigo mora lá com um criado, Jupiter, um negro já idoso. A maior diversão de Legrand parece ser procurar objetos exóticos na praia. Em uma dessas visitas, o narrador se depara com William super empolgado pro uma nova descoberta: um escaravelho (tipo de besouro) dourado, algo nunca antes visto. Legrand desenha o inseto para o amigo, que acha que o desenho está mais parecido com uma caveira, o que deixa o desenhista bem chateado. Dias depois, o criado Jupiter vai levar uma carta de Legrand para o narrador, e conta que o patrão não parece normal. Preocupado, ele acompanha o idoso até a casa do amigo, e encontra William com um plano bem estranho que inclui fazer o pobre Jupiter subir numa árvore enorme. Foi uma leitura que já me prendeu, o cenário e os personagens eram interessantes e podiam ser imaginados com facilidade. Fui me surpreendendo de uma forma boa conforme as coisas foram sendo reveladas e com a inteligência do Will. O conto traz uma caça ao tesouro, algo que é bem fascinante.

Nunca aposte a cabeça com o diabo
Toby era um apostador incurável que vivia apostando para tirar algum proveito dos outros. Desde bem pequeno apontava para o final que poderia ter: com um ano já xingava e praguejava. Sempre terminava suas sentenças com “aposto o que você quiser”, “aposto isso, aposto aquilo”, mas a mais usada era “aposto minha cabeça com o Diabo”. De tanto dizer isso, o amigo ficou preocupado, sentia-se até mal perto dele, de tanto ele repetir “aposto minha cabeça com o diabo”. Um dia, os dois iam andando a caminho do rio e lá havia uma ponte coberta e muito escura. Iam atravessando, quando tiveram que passar por uma catraca. O amigo passou como de costume, mas Toby inventou de pular por cima, e claro, fez a aposta. Ao dizer “aposto minha cabeça com o Diabo que consigo pular”, ouviram um velho coxo cumprimentar. Bem apanhado, camisa branca, gravata e um estranho avental preto de seda. Apertou a mão de Toby e disse que fosse em frente, que gostaria de assistir ao salto. O moço tomou distância e pulou. O amigo teve a impressão de que ele fosse conseguir, mas aí Toby cai estatelado no chão, de costas. Rapidamente o velho enrolou algo no avental e saiu. O amigo se aproximou para ajudar Toby, mas já era tarde. Faltava-lhe a cabeça. O amigo olhou para cima e viu que no teto da cobertura da ponte havia uma barra de ferro e alguns ganchos. Nem para enterrá-lo havia dinheiro, ninguém queria pagar a conta. O que sobrou de Toby acabou sendo vendido como comida para cachorro. Os contos de Poe sempre traz um lição, neste caso, mais do que a vulgaridade das apostas ou a teimosia, a lição pode ser o clássico “cuidado com o que você deseja”.  

O Corvo
Publicado pela primeira vez em 1845, é um trágico e assustador poema sobre um corvo que assombrosamente aparece como um (espírito?) a bater na porta de um homem que está perturbado com a perda de seu amor Lenore. Essa edição da DarkSide é sensacional. Uma edição bilíngue, o original em inglês e as duas traduções, a portuguesa de Fernando Pessoa e a brasileira de Machado de Assis e uma análise de Poe feita por Charles Baudelaire, seu tradutor e um dos principais divulgadores de sua obra na Europa, acompanhadas das ilustrações de Édouard Manet. O corvo é um poema aparentemente simples, que tem uma variedade de interpretações óbvias. No entanto, cada leitor pode tirar algo diferente do poema. 



Poe será um autor sempre lembrado por suas obras, por seu estilo. Esse livro é uma daquelas obras que nos inspiram. As ilustrações são simplesmente lindas. Encontramos também a versão original de O corvo e mais versões traduzidas, além de imagens da casa onde Poe viveu. Uma leitura que com certeza vale muito a pena.





RESENHA EM VIDEO

E aqui resenhas de alguns contos quando participei 
do grupo de leitura conjunta:





Livro disponível nas principais lojas virtuais:




SOBRE O AUTOR


Edgar Allan Poe (1809-1849), poeta, crítico e contista, nasceu em Boston, representando uma tendência à parte do movimento geral do Romantismo nos EUA. Sua tendência sempre pelo fantástico, misterioso e macabro. Poe personifica uma das tendências mais marcantes do movimento romântico transplantado da Inglaterra para a América. A vida de Edgar Allan Poe foi marcada pelo sofrimento. Seus pais eram atores de teatro. Depois que Edgar nasceu não se ouviu mais falar de seu pai. A mãe faleceu pouco tempo depois, vítima de tuberculose. Ele e seus irmãos foram adotados por John Allan e sua esposa, prósperos negociantes em Baltimore, onde Poe frequentou a escola primária. Depois estudou na Inglaterra e, em seguida, na Universidade de Virgínia (EUA).

Desde cedo Poe demonstrou interesse em ser escritor e isso desgostava o Tio Allan, que era um homem de negócios e não se conformava com a determinação do garoto. Isso fez com que Poe crescesse com o sentimento de que o tio o rejeitava. Publicou seu primeiro livro de poemas pouco depois de abandonar a Universidade. Dedicou-se à carreira militar, sabendo que não poderia viver só de literatura. Mas não se adaptou à disciplina militar e deixou a carreira das armas. Passou a escrever para viver e se tornou editor de uma conceituada revista de Richmond: a “Mensageiro Literário do Sul”. Casou-se com Virgínia, uma prima bem jovem. Pouco depois, perdeu o emprego, passou por dificuldades financeiras, a esposa adoeceu e, apesar de sua dedicação ao cuidar dela, ela faleceu. 

Edgar Allan Poe foi o mais romântico dos principais escritores americanos. Em suas obras, ele não se preocupava em abordar os problemas entre o bem e o mal, nem tampouco dar lições de comportamento. Ele acreditava que, se fosse capaz de criar a beleza e tocar a sensibilidade dos seus leitores, já era o bastante. Ele acreditava que nada seria mais romântico que um poema sobre a morte de uma mulher bonita. Muitas de suas obras exploram a temática do sofrimento causado pela morte de uma amante. Outra característica de sua poesia é a musicalidade, dando a impressão de que o som é mais importante que o sentido.

Edgar Allan Poe é considerado o “criador” do conto policial, mas seu principal mérito está na habilidade com que montava suas histórias. Ele as planejava como um bom arquiteto planeja um edifício, envolvendo o leitor de tal maneira que o conduz “hipnoticamente” ao desfecho da história. Isso revela o dualismo de sua arte e personalidade: de um lado “visionário e idealista”, mergulhado em poemas de tristeza e narrativas de horror e policiais. Um homem de vida conturbada, dominado pelo vício do álcool e excesso de ópio. Por outro lado, era um “artesão exigente”, um escritor que orgulhava de sua técnica e do racionalismo com que criava suas histórias. É essa dualidade que o projeta como um dos mestres da literatura mundial.

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