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TIETA | AUTOR: JORGE AMADO | EDITORA RECORD | RESENHA





Título: Tieta | Autor: Jorge Amado | Editora: Record
Ano: 1989 | Páginas: 592 | Nota: ★★★★★

A história de Tieta marcou minha infância. Na época eu admirava muito a atriz Betty Farias, e continuo admirando seu trabalho. Ela se tornou uma das minhas atrizes favoritas, sempre achei incrível a forma como atua, sua desenvoltura e beleza. Ainda não me ligava muito aos detalhes do que realmente representava todo o contexto do livro. Hoje, anos depois, e já aguardando ansiosa a reapresentação da novela pelo Canal viva a partir do dia 1º de Maio, vejo tudo com outro olhos e tive o prazer de finalmente adquirir a versão em livro de um sebo pela Internet. É com alegria e uma pitada de nostalgia que compartilho essa resenha. Se você ainda não conhecia, está na hora de saber quem é Tieta. 
SINOPSE
Pastora de cabras e namoradora de homens, a adolescente Tieta é surrada pelo pai e expulsa de Santana do Agreste graças à delação de suas aventuras eróticas por parte da irmã mais velha, a pudica e reprimida Perpétua. Um quarto de século depois, rica, quarentona, Tieta retorna em triunfo ao vilarejo, no interior da Bahia. Com dinheiro e influência política, ajuda a família e traz benefícios à comunidade, entre eles a luz elétrica. Para os parentes e amigos de Agreste, Tieta enriqueceu no sul ao se casar com um industrial e comendador. Mas aos poucos o narrador vai plantando no leitor a dúvida, o descrédito, até revelar a história oculta da protagonista: Tieta se prostituíra e virara cafetina em São Paulo, razão de sua riqueza e de seu trânsito entre os poderosos. Nesse acerto de contas com o passado, ela acaba se envolvendo na acirrada disputa em torno do futuro do lugarejo. Publicado em 1977, o romance foi adaptado com sucesso para a televisão e o cinema. A narrativa descontínua, feita de avanços, recuos e mudanças do ponto de vista, atesta a maturidade literária de Jorge Amado e mantém até hoje o impacto e o frescor.


Antonieta Esteves Cantarelli, apelidada de Tieta, era pastora de cabras, passava seu tempo pelas dunas de mangue seco despertando o interesse dos homens que cruzava seu caminho. Depois de ter sido delatada por sua irmã Perpétua que estaria de caso com um homem, é pega em flagrante pelo pai que a humilha em praça pública e a expulsa da cidade em baixo de cajadadas. Ela jura se vingar de todos que lhe fizeram mal.

Os anos se passam, em Santana do Agreste todos lembram de Tieta como aquela garota que foi expulsa mas que teve sucesso em São Paulo ao se casar com um homem rico já que sua família passou a receber cheques todos mês com grande quantia. Até que esses cheques param de chegar e todos começam a imaginar que ela teria morrido. Organizam uma missa e exatamente nesse dia, para surpresa de todos, Tieta retorna à cidade para causar um verdadeiro rebuliço.

A mulher é vista como objeto sexual. Desde o início Tieta é desejada por todos os homens da região enquanto que é odiada por todas as mulheres. É arma de sedução, caso fuja desse padrão, como por exemplo, a personagem Carmosina, uma mulher culta e esclarecida, fadada a ser solteirona, nunca desejada por nenhum homem, como se essas características tornassem a mulher menos desejável.

Tieta criou seu próprio personagem, viúva rica, enquanto na verdade era dona de um bordel, ela precisa desse disfarce para se aproximar de sua família e se adequar aos moldes sociais sem sofrer preconceitos, uma das criticas de Jorge quanto a auto-aceitação. Ela termina se envolvendo com seu sobrinho, Ricardo um seminarista e filho de sua irmã. Perpétua, que termina por jogar ele nos braços de Tieta, já visando conseguir mais dinheiro e poder.

Sobre alguns dos mistérios que ficaram sobre a história, diz respeito a caixa branca que Perpétua mantinha guardada no guarda-roupa. O bendito do ipsilone que Tieta aprendeu e nunca nos revelou. E a "mulher de branco", uma assombração que atacava os homens nas noites de lua cheia. 

Outro tema que tem grande estaque é o desenvolvimento da região e o meio-ambiente. Tieta promete trazer luz elétrica para a população através de sua influencia. E em um determinado momento da história a Brastânio, que era uma empresa de dióxido de titânio, ameaça se instalar em Mangue Seco e destruir os manguezais, a população se divide em discussões politicas retratando as peculiaridades da politica nacional como um todo. Alguns acreditam se tratar da alavanca que precisam para que a cidade cresça, já outros enxergam a destruição desse paraíso. 


A obra está dividida em um epílogo e cinco episódios. Durante a narrativa, o autor costuma se comunicar com o leitor desejando estabelecer um diálogo, o que achei bem interessante. Foi publicado pela primeira vez em 1977. Mais tarde teve adaptação para a tv na novela da globo com Betty Farias como personagem principal em 1989, e para o cinema com atuação de Sônia Braga em 1996. A obra de Jorge Amado, apesar de conter palavras, eu diria, não tanto recomendáveis de serem mencionadas (risos), se tornou um grande clássico da literatura brasileira e um grande presente que Jorge deixou pra gente. Uma leitura rica em detalhes, cheia de aventuras, romances proibidos, curiosidades regionais e acompanhada de críticas sociais e politicas. Vale a pena ser conhecida e compartilhada.  


 RESENHA EM VIDEO


Livro disponível nas principais lojas virtuais:



SOBRE O AUTOR


Jorge Amado nasceu a 10 de agosto de 1912, na fazenda Auricídia, no distrito de Ferradas, município de Itabuna, sul do Estado da Bahia. Filho do fazendeiro de cacau João Amado de Faria e de Eulália Leal Amado.

Com um ano de idade, foi para Ilhéus, onde passou a infância. Fez os estudos secundários no Colégio Antônio Vieira e no Ginásio Ipiranga, em Salvador. Neste período, começou a trabalhar em jornais e a participar da vida literária, sendo um dos fundadores da Academia dos Rebeldes.

Publicou seu primeiro romance, O país do carnaval, em 1931. Casou-se em 1933, com Matilde Garcia Rosa, com quem teve uma filha, Lila. Nesse ano publicou seu segundo romance, Cacau.

Formou-se pela Faculdade Nacional de Direito, no Rio de Janeiro, em 1935. Militante comunista, foi obrigado a exilar-se na Argentina e no Uruguai entre 1941 e 1942, período em que fez longa viagem pela América Latina. Ao voltar, em 1944, separou-se de Matilde Garcia Rosa.

Em 1945, foi eleito membro da Assembléia Nacional Constituinte, na legenda do Partido Comunista Brasileiro (PCB), tendo sido o deputado federal mais votado do Estado de São Paulo. Jorge Amado foi o autor da lei, ainda hoje em vigor, que assegura o direito à liberdade de culto religioso. Nesse mesmo ano, casou-se com Zélia Gattai.

Em 1947, ano do nascimento de João Jorge, primeiro filho do casal, o PCB foi declarado ilegal e seus membros perseguidos e presos. Jorge Amado teve que se exilar com a família na França, onde ficou até 1950, quando foi expulso. Em 1949, morreu no Rio de Janeiro sua filha Lila. Entre 1950 e 1952, viveu em Praga, onde nasceu sua filha Paloma.

De volta ao Brasil, Jorge Amado afastou-se, em 1955, da militância política, sem, no entanto, deixar os quadros do Partido Comunista. Dedicou-se, a partir de então, inteiramente à literatura. Foi eleito, em 6 de abril de 1961, para a cadeira de número 23, da Academia Brasileira de Letras, que tem por patrono José de Alencar e por primeiro ocupante Machado de Assis.

A obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras adaptações para cinema, teatro e televisão, além de ter sido tema de escolas de samba em várias partes do Brasil. Seus livros foram traduzidos para 49 idiomas, existindo também exemplares em braile e em formato de audiolivro.

Jorge Amado morreu em Salvador, no dia 6 de agosto de 2001. Foi cremado conforme seu desejo, e suas cinzas foram enterradas no jardim de sua residência na Rua Alagoinhas, no dia em que completaria 89 anos.

A obra de Jorge Amado mereceu diversos prêmios nacionais e internacionais, entre os quais destacam-se: Stalin da Paz (União Soviética, 1951), Latinidade (França, 1971), Nonino (Itália, 1982), Dimitrov (Bulgária, 1989), Pablo Neruda (Rússia, 1989), Etruria de Literatura (Itália, 1989), Cino Del Duca (França, 1990), Mediterrâneo (Itália, 1990), Vitaliano Brancatti (Itália, 1995), Luis de Camões (Brasil, Portugal, 1995), Jabuti (Brasil, 1959, 1995) e Ministério da Cultura (Brasil, 1997).

Recebeu títulos de Comendador e de Grande Oficial, nas ordens da Venezuela, França, Espanha, Portugal, Chile e Argentina; além de ter sido feito Doutor Honoris Causa em 10 universidades, no Brasil, na Itália, na França, em Portugal e em Israel. O título de Doutor pela Sorbonne, na França, foi o último que recebeu pessoalmente, em 1998, em sua última viagem a Paris, quando já estava doente. Faleceu em 6 de Agosto de 2001 em Salvador.




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12 comentários:

  1. Jorge Jorge <3 seria o meu autor nacional favorito? sim? claro! Porém essa é uma das obras que ainda não li dele e está na minha lista de leitura desse ano! Amei parabéns!

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  2. Tenho muuuuuita vontade de ler Jorge Amado! Adorei a resenha, vou procurar nos sebos da cidade <3

    Tem post novo e meu canal, vem conhecer? Te espero, peixinhos, Gabbe!
    Talo de Maçã!
    Canal Vezes2!

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  3. Olá, primeiro eu quero dizer que adorei esse livro com a capa da novela, que show! Eu gosto muito das obras de Jorge Amado e adorei sua resenha, foi muito legal recordar essa história. Bjs

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  4. Oi.
    Ah, esse clássico e esse querido escritor de narrativa incomparável <3. Amo seus livros, todos deveriam ler. A resenha está ótima e a diagramação do livro linda.

    Beijos

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  5. Oi, tudo bom?
    Nunca li nada do Jorge Amado, não que eu me lembre. Esse livro parece ser bem interessante, adorei os temas que são tratados nele. Gostei muito da resenha.
    Até mais o/

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  6. Eu acompanhei a novela na época, mas não cheguei a ler o livro. O que mais gosto é as críticas sociais do enredo, que mesmo criado a tantos anos, ainda é pertinente.
    Bjs Rose

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  7. Eu sempre tive vontade de ler um livro do Jorge Amado ♡ fiquei encantada com a história de Tieta, deu aquela vontade de ler hahaha eu nunca assisti a novela e tmb não conhecia a obra, muito obrigado por apresentá-la tão bem! Parabéns pela resenha!

    Beijos

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  8. Oi Lorena!
    Eu nunca tive muita paciência de ler J.Amado, mas Tieta e Capitães de Areia esses eu li e amei e Tieta acompanhei a novela tbm, eu era adolescente na época e td era novidade, o assunto era proibido para mim rs
    Parabéns pela resenha.
    Bjs

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  9. Gente do céu, passou um filme pela minha cabeça agora kkkkkkkkkk eu li Tieta no ensino fundamental, era uma criança inocente kkkkkkkkkk achei ele super grande e na época não curti a leitura. Mas hoje em dia, sei do peso dessa obra, desse autor maravilhoso.

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  10. Lembro vagamente sobre alguns falatórios da novela, até pq era muito nova e não entendia boa parte do que a novela retratava também. Não sabia que sobre começar a passar na Viva. Vou tentar acompanhar.
    Bjim!
    Tammy

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  11. Olá, tudo bem?
    Eu sei que é uma vergonha falar isso, mas nunca li nada do Jorge Amado e, sinceramente, nunca tive muita vontade. Eu sei da importância do autor e que eu deveria conhecer a obra dele, porém, não consigo animar a ler.
    De qualquer forma, eu gostei muito de conferir sua resenha e, se resolver ler algum livro do Jorge Amado, vou começar por Tieta.
    Beijos!

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  12. Tieta também me marcou, tanto pela novela quanto pelo livro, Jorge é o meu autor, os livros dele me humanizaram, me fizeram enxergar o mundo de outra forma.

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